Pediu-me controle e que tivesse cuidado naquilo que fazia. Recomendava-me: "Seja prudente e não te arrependerás" e assim procedi, esperando ser recompensado com um futuro promissor. Dizia-me: "Não te sintas tentado com as falsas promessas que o Amor te faz, pois ele não irá te guardar na hora que planejarás tua vida e a bela carreira que poderás ter. Poderás te desvirtuar de teus objetivos. Não te iludas". O tempo passou. Consegui o sucesso profissional, mas... para que? Para quem?
Matei dolorosamente todas as minhas esperanças, os meus desejos, afastei-me de qualquer relação de ordem afetiva que pudesse representar uma mudança brusca no meu estado emocional. Não queria atrapalhar meu rendimento. Tornei-me um ser rígido. Subjulguei os meus sentidos. Hoje estou só. A única lembrança que tenho do meu momento de maior fluidez foi a aproximação do ser amado do qual fugi para não ser envolvido pelos sentimentos. Rejeitei-o.
No instante, acreditei que assim o fiz para não me perder, seguindo tua recomendação à risca. Enganei-me. Fi-lo por medo. Medo de experimentar. Inabilidade em conciliar Amor e Razão. Bem e Mal... Ou será Mal e Bem? Não mais importa. Eu que sempre busquei o equilíbrio e o associava a idéia de ausência de sentimentos. Descobri que não só nunca o alcancei como também nunca poderia ter alcançado já que não assimilava esses dois referenciais.
Hoje sei que meu momento de maior certeza estava em saber aproveitar a incerteza do Amor. A experiência do descontrole traz maturidade emocional. A Razão não vive sem o seu elo oposto. Eles coexistem. E um pode ser entendido através do outro. Este sim, é um fator imprescindível. A experiência de tentar conciliá-los é que aproxima o homem de um ponto de equilíbrio. Razão, fui dar-te ouvidos e acabei por ignorar meus instintos primordiais. Tornei-me um ser incompleto... E agora, o que fazer? Do que e por que viver?
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